Só em 1911 se deram, em Pombal, os primeiros passos para se Constituir uma Corporação de Bombeiros Voluntários.
Até aí eram as populações, mais ou menos organizadas, que se juntavam para combaterem as calamidades que surgiam, nomeadamente os incêndios, que constituíam um dos principais flagelos dessa época.
O resultado do seu esforço era, na maior parte dos casos, inglório, porque a voracidade das chamas nada poupava. Eram quase sempre espectadores impotentes, sem meios que lhes permitissem pôr cobro ao galopar imparável daquele demónio.
Foi isso que aconteceu em pombal, na madrugada de Sábado, 3 de Setembro de 1911, como relatou a imprensa da época.
Foi toda a Vila alarmada por gritos de fogo, na proximidade da estação da CP e por repetidos toques do sino, que chamava os habitantes a prestarem o seu auxílio.
in “Pombal 8 Séculos de História” de Joaquim Eusébio
Foi, então, constituída uma Comissão Instaladora da Corporação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Pombal, da qual faziam parte notáveis cidadãos pombalenses, como Heitor Augusto da Silva, Dr. Fernando Augusto César de Sá, Ildefonso Monteiro Leitão, Mário de Sousa, Manuel António Faria, Francisco Carreira e Tomás Luís da Cunha.
Desse grupo de cidadãos vieram a sair os primeiros dirigentes a quem coube a difícil tarefa de equipar, instalar e organizar a novel Corporação.
Mas, se esta foi a gota de água que fez com que estes notáveis se organizassem, já anteriormente, no dia 8 de Setembro de 1910, cerca da meia-noite, a população da Vila tinha sido sobressaltada aos gritos de fogo e ao toque dos sinos a rebate para acudirem à padaria do Senhor Gerardo da Silva que estava a arder, na então Rua da Misericórdia.
E isto sem falar nos incêndios florestais que eclodiam, aqui e acolá, nomeadamente ao longo da linha do caminho-de-ferro, provocados pelas fagulhas das máquinas a vapor, que a população ia debelando ou o registo da imprensa de então que refere “o pasto de chamas” nos pinhais por malfeitoria de “selvagens” que propositadamente os incendiavam.
Assim, o Centro União Republicana Pombalense convidou os seus sócios e outros cidadãos pombalenses, para se reunirem no Teatro da Vila, no dia 5 de Setembro de 1911, a fim de criarem uma Corporação de Bombeiros na Vila de Pombal porque:
“…a creação duma corporação de bombeiros numa terra como Pombal é mais útil, da mais inadiável necessidade, do que fazer jardins que só munícipes com bons recursos podem custear…”